Nocturnas

(2 de Julho) Este foi um dia dedicado ao lado oculto e obscuro da Natureza. Enquanto uns seres vivos descansam, outros ganham vida. Parece que o mundo Natural se transforma da noite para o dia.
Preparei a lente macro, suporte para os dois flashes que sempre me acompanham e fui em busca da aventura. Utilizando o meu frontal começei por observar, centenas de aves em voo em pleno breu. Como conseguirão? Será que se guiam pelas estrelas? Vêem assim tão bem? De facto não posso saber, mas de uma coisa tenho a certeza, ao desligar a minha iluminação, não consegui ver um palmo à frente dos olhos! Algo de especial estas aves têm de ter, visto que não são adaptadas como as corujas e mochos, de grandes olhos para ver no escuro.


Começei por fotografar as Alma-negra (Bulweria bulwerii), que encontram nas ilhas Desertas, provavelmente, o maior refúgio do mundo para esta espécie. Cheguei a observar toques de asas entre voos das Alma-negra, mas nunca colidem.
Com um voo mais barulhento e desajeitado, as Cagarras (Calonectris diomedea borealis) começam a vocalizar e tornam-se fáceis de detectar. Foram a tempos uma das maiores fontes de rendimento dos Madeirençes. Aproveitavam as penas para colchões e almofadas. A sua carne servia de alimento e segundo dizem era uma iguaria! Felizmente essas tradições já morreram.


Tive ainda a sorte de poder fotografar esta espécie de Barata. É endémica da ilha Deserta Grande. Não se pode encontrar esta espécie em mais local nenhum no mundo. Dá realmente que pensar na importância destes seres tão menosprezados.


Brevemente irei inserir o nome científico da Barata.
A fotografia da fauna nocturna fascina-me...

1 comentário:

Dylan disse...

Belo trabalho. Parabéns!